Biografia do autor

Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará

12.9.09

E não estamos sozinhos

Ensopados no tédio mas florescemos nos detalhes. Apaixonados pelas curvas, pelos sorrisos, olhares e jeitos. Insatisfeitos, intransigentes. Movidos pela certeza e esperança de uma vida melhor, de um propósito. Rebeldes, destrutivos. Vivemos de noite. Sarcásticos, críticos, inertes. Punks e anarquistas de óculos e roupas escolhidas a dedo. Pensativos, imaturos, crianças que nunca conseguiram deixar de o ser. Criativos, divertidos, orgulhosos. Tudo bons rapazes.

Temos vinte e dois anos. Vislumbramos mais a teoria do que a acção e não nos perdoamos por isso. Vivemos com o pé a fundo no acelerador, sempre com a sensação de que ainda não saímos do mesmo sítio. Somos jovens e estúpidos. Julgamos ter o mundo a nossos pés. Ingénuos, redundantes. Não temos fé nos desistentes, quem ficou para trás, ficou. Não nos conseguiram acompanhar. Somos baratos, selectivos. Demasiado mimados por pais que gostam demasiado dos seus filhos.

Somos a alternativa, a nata. Somos a inconsciência de uma responsabilidade que continuamente adiamos. Somos o fascínio pela arte, pela música, por quem imitamos. Somos os ingredientes certos de um prato que não sabemos cozinhar, a promessa de algo mais. Somos ridículos. Ridículos porque pensamos assim, ridículos porque escrevemos estes textos. Somos ridículos porque vamos para a praia fumar e tentar descobrir um sentido, uma razão. Somos ridículos e rimo-nos de nos próprios. Mas somos nós; e não estamos sozinhos.

1 comment:

João Gomes said...

Muito Bom! :)