Biografia do autor

Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará

22.11.10

Agora perdi-me, estou perdido: como um poema que exige ser relido lentamente. Bastou um sorriso seu para o mundo tremer, e por favor acreditem: apenas um. Os copos ferviam enquanto o chão se rasgava por entre fendas e eu, apavorado por aquilo que agora me consumia, tentava manter o equilíbrio. Ela não notou.

Mais tarde reparei que a sua presença preenchia a sua ausência, por mais impossível que isto vos possa parecer. Cheguei mesmo a segredar-lhe num olhar qualquer que isto nunca me acontecera. Ela não notou.

Dou-me por satisfeito, cobarde. Submeto-me a esta dependência voluntária mas abdico da erosão do tempo, do hábito. Sinto e escrevo sem vergonha, guiado pela mesma luz que me ofusca. Enquanto espero, fervo, procurando manter o equilíbrio neste chão que me foge.

Talvez um dia ela repare.