Biografia do autor

Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará

19.1.10

Francis Bacon



My painting is not violent; it’s life that is violent.





I paint for myself. I don’t know how to do anything else, anyway. Also I have to earn my living, and occupy myself.




Picasso was the first person to produce figurative paintings which overturned the rules of appearance; he suggested appearance without using the usual codes, without respecting the representational truth of form, but using a breath of irrationality instead, to make representation stronger and more direct; so that form could pass directly from the eye to the stomach without going through the brain.




Images also help me find and realise ideas. I look at hundreds of very different, contrasting images and I pinch details from them, rather like people who eat from other people’s plates.




I have been lucky enough to be able to live on my obsession. This is my only success.





It (painting) can be as violent as fucking, like an orgasm or an ejaculation. The result is often disappointing, but the process is highly exciting.

paris




Tirada em Paris há alguns anos. Não costumo gostar das fotografias que tiro, mas ainda bem que toda a regra tem a sua excepção.

13.1.10

Uma questão de estilo

Em 1957 Sidney Lumet fez um filme de 96 minutos com doze actores numa sala. Cerca de dez anos mais tarde Bergman, com apenas quatro actores, realizou “Persona”. Foram filmes que marcaram o cinema e que se distinguiram, não graças a um orçamento milionário, produção megalómana ou mise-en-scène elaborada; mas porque tinham uma ideia original.

Fast-forward até aos dias de hoje. James Cameron gasta $280,000,000 dólares para fazer uma versão 3D da pocahontas (ver imagem) e o filme tem um sucesso abismal. Don’t get me wrong; os efeitos especiais estavam bons e eu até acho que os óculos 3D me dão um certo estilo; mas de resto, considerar “Avatar” um filme medíocre é mais do que um elogio.

A cereja no topo do bolo deu-se quando hoje no jornal li um artigo sobre como uma serie de pessoas tinham ficado deprimidas, considerando inclusive o suicido, depois de ver o filme e o maravilhoso e inalcançável mundo dos Na’vi. Semanas antes, a crítica chegava ao ridículo de comparar Avatar ao The Jazz Singer (o primeiro filme com som sincronizado). Heresia.

Mas como criticar por criticar não basta, vou fundamentar. O filme parte de um leque imenso de personagens tipo: o coronel mauzão, o chefe greedy que até tem rasgos de sensibilidade, o personagem principal que é um atrasado mental mas afinal até tem bom coração, o colega invejoso, etc; para entrar num emaranhado de 162 minutos de demagogia (leia-se narrativa). O humor é imediato, o guião foi escrito pelo meu primo de 14 anos, a trama previsível e suposta moral da história (os humanos são seres maus e gananciosos que destroem tudo à sua volta - mas o amor vence sempre) leva um post-it na testa onde se pode ler “subtileza precisa-se”.

Se este filme salvar de facto Hollywood isto significa duas coisas para mim:

1) Vou ter sempre muito gosto em ir ao cinema para exacerbar o meu estilo com os óculos 3D.
2) Vou detestar ir ao cinema para ver filmes que, em prol de uma apresentação visual XPTO (ou falta de engenho do realizador), colocam de lado qualquer tipo de conteúdo, originalidade ou substância.


11.1.10

2000<- ... ->2009

Para não fugir à moda, aqui fica a minha lista de melhores filmes e álbuns da década; apenas uma compilação do que eu mais gostei nestes passados dez anos. Valendo pelo que vale, aqui fica.


Top 20 Filmes:





















1) Spring, Summer, Autumn, Winter... and Spring (Ki-duk Kim - 2003)
2) In The Mood For Love (Kar Wai Wong - 2000)
3) Oldboy (Chan-wook Park – 2003)
4) Dogville (Lars Von Trier - 2003)
5) Requiem for a Dream (Darren Aronofsky – 2000)
6) Mulholland Dr. (David Lynch – 2001)
7) Dare Mo Shiranai (Nobody Knows) (Hirokazu Koreeda – 2004)
8) Waking Life (Richard Linklater – 2001)
9) Coffee and Cigarettes (Jim Jarmusch – 2003)
10) Cidade de Deus (Fernando Meirelles – 2002)
11) Sen to Chihiro no kamikakushi (Spirited Away) (Hayao Miyazaki - 2001)
12) Lost In Translation (Sofia Coppola – 2003)
13) The Pianist (Roman Polanski - 2002)
14) Entre Les Murs (Laurent Cantet – 2008)
15) Låt den rätte komma in (Tomas Alfredson - 2008)
16) There Will Be Blood (Paul Thomas Anderson -2007)
17) Memento (Christopher Nolan – 2000)
18) Das weisse Band - Eine deutsche Kindergeschichte (White Ribbon) (Michael Haneke - 2009)
19) Juno (Jason Reitman - 2007)
20) Man On Wire (James Marsh – 2008)




Top 20 Álbuns:













1) Radiohead – In Rainbows (2007)
2) Modest Mouse – The Moon & Antárctica (2000)
3) Cocorosie – La maison de mon rêve (2004)
4) The Black Keys - Rubber Factory (2004)
5) The Strokes – Is This It (2001)
6) Bon Iver – For Emma, Forever Ago (2008)
7) The Shins – Oh, Inverted World! (2001)
8) The Knife – Silent Shout (2006)
9) Arcade Fire – Funeral (2004)
10) Cocorosie – Noah’s Ark (2005)
11) Death Cab For Cutie – Transatlanticism (2003)
12) Beirut – Gulag Orkestar (2005)
13) Vampire Weekend – Vampire Weekend (2008)
14) Cat Power – You Are Free (2003)
15) Belle & Sebastian – The Life Pursuit (2006)
16) The Black Keys – Rubber Factory (2004)
17) Antony and the Johnsons – I am a Bird Now (2005)
18) Fleet Foxes – Fleet Foxes (2008)
19) The Kills – Midnight Boom (2008)
20) Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006)