Biografia do autor

Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará

3.12.08

O dia em que a humanidade viu,

João Vasco Lopes nascer.

Três de Dezembro. E se nem toda a humanidade celebra (embora fosse mais que merecido), eu celebro, e celebro bastante.

Não podia deixar passar este dia sem deixar aqui, um grande abraço de parabéns ao Vasco. As pessoas que realmente nos fascinam, e com quem realmente aprendemos, são poucas nesta vida. São raras. Johnny Váscôu é sem duvida uma pérola no oceano de calhaus. Um dos gajos que eu mais admiro e de quem mais gosto.

Estás lá de uma maneira que só nós sabemos (e mais uns quantos organismos da espécie feminina, certamente!). Espero por muitos mais dias contigo nas avencas a divagar filosoficamente sobre a vida enquanto fumamos, ou por aqueles serões em minha casa às seis da manha a ver o INLAND EMPIRE, ou apenas por qualquer ocasião que seja, que se torna sempre, mas sempre, consideravelmente(!) memorável.

Muitos parabéns brother!

22.11.08

Dr. Strangelove



or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb

Dos melhores filmes que já vi, há muito que não me ria tanto.


Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room!

20.11.08

Economia

A pior coisa que me podem fazer é obrigarem-me a levantar cedo. Para mim, menos de oito horas de sono é fatal com’ó destino. Primeiro que tudo eu sou uma fábrica de sonhos. Devo chegar a ter cerca de cinquenta por noite. Misturo tanto os sonhos que, quando acordo, sinto que tive apenas um. Um enublado uniforme de imagens soltas, todo ele feito de cenas bizarras e estranhas ligadas por um fio narrativo muito pouco (mas mesmo, MUITO pouco) coerente.

A cena fixe dos sonhos é que não seguem qualquer lógica temporal ou espacial, ou qualquer lógica que seja. Tanto podemos sonhar com a lasanha que comemos ao almoço, como com a nossa professora da terceira classe, como com um monstro verde que nos vai cortar as mãos. Ou ainda melhor, sonhar com tudo isto ao mesmo tempo.

Tive sonhos que nunca mais esqueci. Uma vez sonhei que conseguia aprender a voar, mas não era coisa fácil. Não andava ali feito super-homem. Não. A coisa tinha ciência (e muito mais piada). Era um processo que tinha tanto de físico quanto de mental. E eu flutuava (mais do que voava) devagar e de forma inconstante. Foi tão real, mas tão real, que quando a minha mãe me acordou eu gritei, MAS PORQUE É QUE ME ACORDASTE?! E tentei voltar a dormir para ver se o sonho continuava. Acabei por me levantar e ir para a escola.

É também por isto que eu não gosto de acordar. Tenho tantos sonhos e sou absorvido de tal maneira neles, que quando acordo não estou a 100% neste mundo. Demoro a sintonizar. Parece que levei um enxerto de porrada no meu mundo imaginário (e às vezes sou bem capaz de ter levado) porque acordo com uma sensação de quem teve a correr a maratona, ou num concurso de quem come mais panquecas, ou de quem esteve três dias seguidos no Vietname (do lado Americano para piorar) sem dormir e lá no meio da selva.

Resumindo, eu adoro sonhar, mas sonho demais.
Por isso Pai, eu sei que lês o blog, hoje não fui a economia às oito e meia da manhã mas, como vês, foi por uma óptima causa.

19.11.08

Decompor

De extremos. Gostava de dizer as coisas como o Dylan, de ilustrá-las como o Lynch, e de cantá-las como o Corgan. Gostava de ser revolucionário como o Banksy, inteligente como o meu Pai mas artístico como a minha mãe.

O meu sonho é ser realizador. Ter os grandes planos do Bergman mas a velocidade do Tarantino, juntar uma pitada de humor do Woody e ver as coisas pelos olhos do Kubrick. Queria viver na Ásia e ser amigo do Chan-wook Park.

Queria odiar a humanidade como o Dostoyevsky e conseguir descrevê-la como o Eça. Ter a humildade do Pessoa e a humanidade do Hemingway. As palavras são mais bonitas quando escritas, mas não quando sou eu a escrevê-las.

Gostava de ser menos preguiçoso. De não viver em função do meu prazer e de fazer sempre tudo aquilo que digo. Gostava de ter mais fé no mundo e nas pessoas, e de acreditar que estou aqui por uma razão. Gostava conseguir aproveitar melhor o meu tempo e viajar mais.

Como não sou muito do que gostava ser, espero ao menos ter um pouco em mim de tudo aquilo que me fascina.

17.11.08

Bairro Médio

O bairro alto parece que perdeu altitude (lame!). A sério, fecharem o bairro às duas da manha é algo surreal. É como ir a Belém, comer um pastel de nata com colher e deixar a massa. Simplesmente não dá. A juventude lisboeta tem maus hábitos; janta tarde, sai tarde de casa, em soma, faz tudo à última hora. Ora numa cidade assim, cortar abruptamente o horário do principal bairro do país é algo extremamente inteligente!

As noites memoráveis no bairro tinham um sentido e também um timing próprio. A chegada e a espera bem disposta no Camões, o primeiro copo à uma, o sétimo shot às duas e meia, as conversas desenfreadas com todo e qualquer individuo às três, as declarações, os abraços e o rastejar às três e meia, e por aí em diante. Uma noite no bairro, era uma noite (mais que) bem passada. Ora agora, já não dá para passar uma noite só no bairro. Ou vamos para lá às dez da noite e ainda temos os bifes a jantar, ou simplesmente o bairro passou de um lugar de culto, para um mero lugar de passagem.

Sinceramente, eu já nem tenho vontade de ir ao bairro nestas condições.
Revolução precisa-se neste país(zinho)! Não só não mudamos o que está mal, como ainda estragamos as poucas coisas que estão bem e que nos caracterizam. O que é importante é o equilibrio, se não dá para melhorar, então que esteja tudo na merda.

14.11.08

Persona





Sister Alma: Is it really important not to lie, to speak so that everything rings true? Can one live without lying and quibbling and making excuses? Isn't it better to be lazy and lax and deceitful? Perhaps you even improve by staying as you are. (No response) My words mean nothing to you. People like you can't be reached. I wonder whether your madness isn't the worst kind. You act healthy, act it so well that everyone believes you--everyone except me, because I know how rotten you are.

5.11.08

2.11.08

DANCEHALLDANCEHALLEVERYDAY



WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY
WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY
WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY
WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY
WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY
WE'RE GONNA DANCE HALL DANCE HALL EVERY DAY

28.10.08

O beijo

Voltei. E como tudo tem um motivo, aqui fica o meu. Ontem, enquanto subia as lentas escadas rolantes do metro do Rato, reparei num casal que descia do lado oposto. Foi um olhar ao acaso (mentira), mas de imediato, a magnífica dupla ganhou a minha total e exclusiva atenção.

Os namorados beijavam-se calorosamente, pelo menos foi o que de início me pareceu. (quem disse que as escadas rolantes do rato não podem ser um lugar romântico?)
E não é que eu não tenha nada melhor para fazer, ou que passe as minhas tardes a classificar os beijos que por aí se soltam, nada disso. Mas este, meus amigos, é um beijo que tem muito que se lhe diga.

Os dois animais mergulhavam na boca um do outro, e tentavam depois ver quem chegava mais fundo. Juro-vos que fiquei coladíssimo naquilo que tinha tanto de beijo, como de agressão (cheguei por momentos a duvidar). O choque de dentes, se não aconteceu, esteve iminente. Cada investida, uma cabeçada. Os lábios mastigavam-se, os olhos contorciam-se; as cabeças giravam, arranhavam, atacavam.

Saí do metro e disse para mim,

Espectacular!

19.10.08

dEUS




Hoje na aula magna. Nunca os vi antes e, mais uma vez graças à Inês, vou poder ver. hell yeah!




YOUR HEAD, COME ON! IT'S DEAD AND GONE! IT MIGHT ASWELL BE SAID SO LONG!

16.10.08

(in)active

Tenho tido muito sobre o que escrever, o que acaba por escassear é mesmo o tempo para o fazer. Chego a casa sempre muito tarde e cansado. Durante este fim de semana vou ver se escrevo uns posts, i have a lot to talk about, it has been such an eventful week!

ciao ragazzi, ci sentiamo tra pochi giorni!
(cuidado que isto agora é um show de linguas!)

13.10.08

The Smashing Pumpkins




The Smashing Pumpkins - Dancing In The Moonlight

(now i stay out 'till sunday, i have to say i stayed with friends
it's a habit worth forming, it's a means to justify the end)

Jimi Hendrix



Jimi Hendrix - Like A Rolling Stone (Dylan Cover)

(jimi does it with the teeth)

Voxtrot



voxtrot - the start of something

(maybe it really is)

10.10.08

M.A.N.D.Y.


Me AND You.

(lux@10x04)

Foi espectacular. Tanto a musica quanto a companhia não podiam ser melhores. Estou definitivamente, feliz. Agora, who really cares? (I do!). Boa sexta-feira juventude, embebedem-se e virem o barco! Por estas bandas hoje vai ser programinha tranquilo com o gang. baci

9.10.08

Inspiração?

Hoje, não.

oh! you ARE sick!




































In Heaven, everything is fine. In Heaven, everything is fine. You've got your good things. And I've got mine.





6.10.08

A sustentável leveza do ser

Aqui há coisa de uns dias, estava a entrar na faculdade quando passa uma rapariga por mim. No momento exacto em que nos cruzamos, sinto que caiu qualquer coisa. Paro e olho para o chão. Imediatamente ao meu lado (e em grande plano), brilhavam duas bonitas notas de vinte, ou seja, quarenta euros (eu sei, sempre brilhei na matemática). Automaticamente olho para a rapariga e reparo que ela já lá ia, feliz e contente, sem sequer ter dado conta do que se tinha acabado de passar.

Pausa.

Durante uma fracção de segundo, o meu (incrivelmente rápido) cérebro calcula todas as variáveis e chega à seguinte conclusão:
- Se quiseres, está safo. Não havia ninguém por perto, a rapariga já ia lançada. Dá-lhe a pisadela, apertas os sapatos, e como quem não quer a coisa, zimba lá com quarenta euros que hoje pago eu.

Nisto, já vendo o meu iate pairar nas aguas do Tejo, ou a minha viagem de três meses à India garantida, grito (sem saber bem porquê):

- "Olha! olhaaaaa!"

Mas qual olha qual quê! A jovem continuava o seu caminho, impávida e serena, sem sequer ter dado pela minha existência (shame on you!). Não só o meu acto de bom samaritano foi ignorado, como pela segunda vez no espaço de dez segundos, a tentação batia à porta, e agora, mais forte que nunca.

Pausa numero dois.

A minha cabeça roda novamente para os quarenta euros. Os olhos brilhavam. "Foi hoje!" Finalmente aconteceu-me a mim, o que por norma, só acontece aos outros. Um mundo de possibilidades abria-se à minha frente, o inicio da prosperidade, o luxo, um novo estatuto social, enfim, uma vida sem preocupações de qualquer tipo.

Resignado mas decidido, peguei nas notas, dirigi-me à rapariga e disse-lhe com um ar simpático e quase paternalista; - "Olha, deixaste cair isto.", estendendo em simultâneo as duas notas de vinte euros. Ela pega nas notas, olha para mim com ar entediado, vira costas, e segue tranquilamente. Nem um obrigado, nem um sorriso rasgado, nem um misero "devo-te a minha vida deixa-me pagar-te um jantar no Burj Al Arab hoje à noite."


40 euros mais leve, ri-me, virei costas, e segui.

3.10.08

If

If his creation is so great, why does God want us on our knees?

- Lars Von Trier

A pill a day keeps the doctor away

Café para acordar, um cigarro de enfiada. Aquele sono das onze não perdoa, venha lá mais um se faz favor. Ao mínimo stress, já temos outro cigarro em punho. E ainda outro para a sequela. A depressão não assusta! Temos comprimidos de todas as cores do arco-íris, formas e feitios. Há todo um leque por onde escolher. Até a nossa felicidade artificial já nos engana, e pior, já nos é suficiente.

Já nos tornámos quase tão mecânicos quanto a tecnologia. Exageramos tanto nos nossos hábitos que deles já não retiramos prazer, apenas apaziguamos o mais possível a nossa constante insatisfação. Estimulo, resposta. Parece que apesar de nos desenvolvermos cada vez mais, nós, tonarmos-nos ironicamente cada vez mais básicos.

Somos, sobretudo, seres sociais (mais uma palavra começada por "s"?). E tendemos, agora mais que nunca, para o isolamento. As pessoas têm medo de falar umas com as outras na rua, só querem chegar a casa e ligar a telenovela, sintonizar no canal e desligar do mundo. Isto claro, que sou eu que digo, um puto que não sabe nada da vida.

A parte mais triste, é que eu sei, que daqui a uns bons anos, devo ser exactamente tudo aquilo que agora repudio. Feliz e contente, por estar deitadinho e protegido do mundo na minha caminha XPTO. Dedicar a minha vida a um trabalho cuja diferença no mundo vai ser praticamente inexistente.

No final dos meus dias, já velho e cansado, vou olhar para trás e amargamente pensar,

ai! quando eu era jovem!

Before Sunrise




Jesse: I'm having kind of an odd situation here, which is that... is... you see that girl over there? Yeah, well, this is our only night together. Here's the problem: The problem is that she wants a bottle of red wine, and I don't have any money. I was thinking that you might want to, um, give me the address of this bar, no, I know... and I would promise to send you the money, and you would make our night complete

Bartender: You would send me the money?

Jesse: Yes.

Bartender: Your hand?

Bartender: Okay. For the greatest night in your life.

Jesse: Thank you very much



Celine: I like to feel his eyes on me when I look away.

1.10.08

O inevitável

Hoje vais ler este post até ao fim.

vampire weekend






i see a mansard roof through the trees
i see a salty message written in the eaves
the ground beneath my feet
the hot garbage and concrete
and now the tops of buildings, i can see them too

30.9.08

A sociologia e os caramelos

Hoje, estava na aula de "métodos de uma pseudo-ciência qualquer muito parva e sem qualquer valor como a sociologia", quando me aconteceu um episódio engraçado. Primeiro tenho que explicar que a minha postura tem sido a seguinte: - se vou às aulas, é para estar atento. Se é para estar lá a dormir, prefiro dormir em casa. Por isso, estava na aula calado e a tirar apontamentos como de costume.

Nisto, a rapariga que estava ao meu lado (a margarida), olha para o relógio. A professora, vinda completamente do nada, vira-se para a minha colega num tom já bastante arrogante e diz: "mas você está com pressa? é que se está pode sair, não precisa de vir às minhas aulas.". Tanto eu quanto a Margarida ficámos em estado de choque. Eu, atónito, optei por ficar calado, as palavras fugiram também à margarida que nem sabia bem o que dizer ou pensar.

A aula continua. Reparo que a professora ficou visivelmente perturbada, exagera no gesticular e a voz treme-lhe constantemente. Em silencio total, escrevo no caderno que a professora deve bater mal da cabeça, e mostro (discretamente) o caderno à margarida. E o que fui eu fazer! O bicho entra outra vez de rompante, desta vez, dirigindo-se também a mim:

- "A passar bilhetinhos e a rirem-se?!?! Faz favor de sairem ou de se separarem". Nisto não me conti, e respondi no tom de voz mais dócil possível (para ver se a enervava ainda mais): - "Professora, nós não passámos nenhum bilhete, nem nos rimos". De olhos vermelhos de furia, a excelentíssima docente quase que engole as minhas palavras e tropeça ainda nas suas próprias silabas: "ASOKDAOKDAIAH!!!!!! OU MUDA DE CADEIRA OU SAI".

Levanto-me e vou para a cadeira do lado. Num tom de voz que roçou ainda a ironia, digo sem hesitar, "peço desculpa professora". Dito e feito, acordei a fera for good. De imediato, o vil e tenebroso ser larga o grito de guerra: - "O QUÊ?!?!?!". Como se eu tivesse retomado a batalha que apenas ela combatia. Eu repito, ainda mais devagar, "peço desculpa professora". A cara socióloga, desta vez atropelando-se a si mesma, responde (já olhando de lado e com desprezo) é bom que peça é.


Eu não tenho problemas em admitir quando faço merda. Mas neste caso, a razão está do meu lado. No final da aula, ainda fomos pedir desculpa, sem que no entanto existissse necessidade de o fazer.


Conclusão: O que eu não tenho é que aturar lutadoras de sumo cheias de complexos, que julgam que o mundo gira em função de si mesmas. Ou melhor, tenho que aturar, mas não gosto. A sociologia continua a ser das áreas mais ridículas de sempre, e o mais engraçado, é que estes goblins que andam por aí, e que se consideram os grandes donos e senhores da razão, uns empiristas de primeira categoria; realmente não interessam nem ao menino jesus. No final, acabam apenas por ser tudo aquilo que refutam com tanta convicção e perseverança:

- Vagos, confusos, subjectivos.

Agora, resta-me ter paciência nas próximas aulas e rezar para que a professora não encontre este blog durante os próximos seis meses.

Se por acaso isso acontecer... minha cara.. desculpe! mas eu não pago 350 euros por mês para mastigar caramelos.. muito menos aqueles que se colam nos dentes. Quem sabe, poderá fazer uma tese de doutoramento sobre isso! A sociologia, os caramelos que se colam nos dentes, e todos os processos e variáveis associados. Pano para mangas!

28.9.08

Dylan





And your sidewalk starts curlin’ and the street gets too long
And you start walkin’ backwards though you know that it’s wrong
And lonesome comes up as down goes the day
And tomorrow’s mornin’ seems so far away
And you feel the reins from your pony are slippin’
And your rope is a-slidin’ ’cause your hands are a-drippin’
And your sun-decked desert and evergreen valleys
Turn to broken down slums and trash-can alleys

And your sky cries water and your drain pipe’s a-pourin’
And the lightnin’s a-flashin’ and the thunder’s a-crashin’
The windows are rattlin’ and breakin’ and the roof tops are shakin’
And your whole world’s a-slammin’ and bangin’
And your minutes of sun turn to hours of storm
An’ to yourself you sometimes say
“I never knew it was gonna be this way
Why didn’t they tell me the day I was born?”

And you start gettin’ chills and you’re jumpin’ from sweat
And you’re lookin’ for somethin’ you ain’t quite found yet
And you’re knee-deep in dark water with your hands in the air
And the whole world’s watchin’ with a window peek stare
And your good gal leaves and she’s long gone a-flyin’
And your heart feels sick like fish when they’re fryin’

And your jackhammer falls from your hands to your feet
But you need it badly an’ it lays on the street
And your bell’s bangin’ loudly but you can’t hear its beat
And you think your ears mighta been hurt
Your eyes’ve turned filthy from the sight-blindin’ dirt
And you figured you failed in yesterday’s rush
When you were faked out an’ fooled while facin’ a four flush

And all the time you were holdin’ three queens
It’s makin you mad, it’s makin’ you mean
Like in the middle of Life magazine
Bouncin’ around a pinball machine
And there's something on yer mind you wanna be saying
That somebody someplace oughta be hearin'
But it's trapped on yer tongue and sealed in yer head
And it bothers you badly when your layin' in bed



Bob Dylan - Last thoughts on Woody Guthrie.




Tirei um excerto, o original tem cinco páginas. Este foi dos textos mais incríveis que eu já li (obrigado vascão!)

Para ouvirem (it's worth it):
http://www.youtube.com/watch?v=p3U1I-ELJ6g
Texto completo aqui:
http://bobdylan.com/#/songs/last-thoughts-woody-guthrie

Recomendo também o filme I'm Not There, e claro, toda a musica deste grande senhor.

27.9.08

Ideal

Eu até que nem sou exigente. A mim? Haa.. A mim chega-me uma rapariga que toque baixo. Que ouça Patti Smith enquanto tenta uma receita nova, dançando descalça pela cozinha. A t-shirt velha, o cigarro que descai sempre da mão. Sim, para mim é o mínimo dos mínimos. Morena, cabelo comprido e despenteado, com mãos finas e expressivas.

Ela viaja e passeia sozinha, ao fim da tarde, vai para a praia ler um livro. Independente, mete conversa com tudo o que mexe. Escava e desliza pelo mundo. Uma mulher simples, é o que se quer. O bom gosto disfarçado nos pormenores, a subtileza. O sentido de humor, sempre atrelado àquele carinho especial pela parvoíce. A convicção e o gosto pela musica, a capacidade de argumentar.

O pouco satisfaz-me. Apenas exijo um pescoço apetecível, um sorriso bonito. O refutar da mariquice e o culto ao inesperado. Os movimentos delicados, os hábitos e tiques irreversivelmente vincados. Aquele CD dos beach boys que ouve quando guia. Ah.. e que faz também questão de cantar em plenos pulmões.

O lento fechar de olhos quando mergulha os lábios no café da manhã. Eu só quero alguém que se saiba divertir, que tenha os seus amigos. Que seja apaixonada pela vida sem que no entanto, lhe dê um valor exagerado. Alguém estimulante, que tenha algo para ensinar e muito para aprender.

Eu estou tão parvo quanto vocês (Atenção: verbo estar e não o verbo ser!)

Como é que eu ainda não a encontrei!?