Eu até que nem sou exigente. A mim? Haa.. A mim chega-me uma rapariga que toque baixo. Que ouça Patti Smith enquanto tenta uma receita nova, dançando descalça pela cozinha. A t-shirt velha, o cigarro que descai sempre da mão. Sim, para mim é o mínimo dos mínimos. Morena, cabelo comprido e despenteado, com mãos finas e expressivas.
Ela viaja e passeia sozinha, ao fim da tarde, vai para a praia ler um livro. Independente, mete conversa com tudo o que mexe. Escava e desliza pelo mundo. Uma mulher simples, é o que se quer. O bom gosto disfarçado nos pormenores, a subtileza. O sentido de humor, sempre atrelado àquele carinho especial pela parvoíce. A convicção e o gosto pela musica, a capacidade de argumentar.
O pouco satisfaz-me. Apenas exijo um pescoço apetecível, um sorriso bonito. O refutar da mariquice e o culto ao inesperado. Os movimentos delicados, os hábitos e tiques irreversivelmente vincados. Aquele CD dos beach boys que ouve quando guia. Ah.. e que faz também questão de cantar em plenos pulmões.
O lento fechar de olhos quando mergulha os lábios no café da manhã. Eu só quero alguém que se saiba divertir, que tenha os seus amigos. Que seja apaixonada pela vida sem que no entanto, lhe dê um valor exagerado. Alguém estimulante, que tenha algo para ensinar e muito para aprender.
Eu estou tão parvo quanto vocês (Atenção: verbo estar e não o verbo ser!)
Como é que eu ainda não a encontrei!?
Biografia do autor
Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará
2 comments:
Costuma-se dizer: Quanto mais se procura, menos se acha. Ora pois. O máximo que posso fazer é dar-te a receita de um feitiço wiccan que uso para encontrar objectos perdidos. Pode ser que andando com o papelito resultado do dito encontres a tua fabulosa, simples, ideal =)
Sometimes you maybe come across a person like that, but you never get the time to discover all of it...
Although I can't understand every word of it..it is beautiful what you wrote.
(PS:I liked WallE, just like you said, and Eva with her world-saving plant, I loved the most..offcourse :)
Post a Comment