Biografia do autor

Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará

13.1.10

Uma questão de estilo

Em 1957 Sidney Lumet fez um filme de 96 minutos com doze actores numa sala. Cerca de dez anos mais tarde Bergman, com apenas quatro actores, realizou “Persona”. Foram filmes que marcaram o cinema e que se distinguiram, não graças a um orçamento milionário, produção megalómana ou mise-en-scène elaborada; mas porque tinham uma ideia original.

Fast-forward até aos dias de hoje. James Cameron gasta $280,000,000 dólares para fazer uma versão 3D da pocahontas (ver imagem) e o filme tem um sucesso abismal. Don’t get me wrong; os efeitos especiais estavam bons e eu até acho que os óculos 3D me dão um certo estilo; mas de resto, considerar “Avatar” um filme medíocre é mais do que um elogio.

A cereja no topo do bolo deu-se quando hoje no jornal li um artigo sobre como uma serie de pessoas tinham ficado deprimidas, considerando inclusive o suicido, depois de ver o filme e o maravilhoso e inalcançável mundo dos Na’vi. Semanas antes, a crítica chegava ao ridículo de comparar Avatar ao The Jazz Singer (o primeiro filme com som sincronizado). Heresia.

Mas como criticar por criticar não basta, vou fundamentar. O filme parte de um leque imenso de personagens tipo: o coronel mauzão, o chefe greedy que até tem rasgos de sensibilidade, o personagem principal que é um atrasado mental mas afinal até tem bom coração, o colega invejoso, etc; para entrar num emaranhado de 162 minutos de demagogia (leia-se narrativa). O humor é imediato, o guião foi escrito pelo meu primo de 14 anos, a trama previsível e suposta moral da história (os humanos são seres maus e gananciosos que destroem tudo à sua volta - mas o amor vence sempre) leva um post-it na testa onde se pode ler “subtileza precisa-se”.

Se este filme salvar de facto Hollywood isto significa duas coisas para mim:

1) Vou ter sempre muito gosto em ir ao cinema para exacerbar o meu estilo com os óculos 3D.
2) Vou detestar ir ao cinema para ver filmes que, em prol de uma apresentação visual XPTO (ou falta de engenho do realizador), colocam de lado qualquer tipo de conteúdo, originalidade ou substância.


3 comments:

LN said...

Blog bem interessante, este.

;)

Nuno said...

muito obrigado:)

ana said...

Thumbs up!!!