Acordei e, como bom comodista que sou, fui tomar o pequeno-almoço à rua. Cheguei a um café na rua da madalena, onde vou sempre, e pedi um pão de leite com fiambre e uma meia de leite. O café é muito pequeno; tão pequeno o é, que não existem lugares para uma pessoa se sentar, apenas se pode comer ao balcão.
Eu era o único cliente naquele momento e estava, calmamente, a beber a meia de leite. Nisto, as duas empregadas encontravam-se encostadas à parede com um ar de poucos amigos. Comecei a sentir-me desconfortável e fingi-me interessado no que se passava lá para fora. Nisto elas abraçam-se. Eu olho com alguma estranheza e, já idealizando uma cena lésbica extremamente sexy durante o meu pequeno-almoço das 11, as pobres senhoras irrompem num choro compulsivo.
Absolutamente vindo do nada, as duas senhoras desataram a chorar. Eu, atónito, pousei a chávena (ainda a meio) e saí discretamente do café.
Biografia do autor
Nascido em 87, Nuno Dias Madureira é um idiota carismático. Com um leque variado de interesses, este jovem desenha impressionantes e meticulosos retratos, capazes de competir com as obras de uma criança de oito anos. Desde cedo se interessou pela escrita, plagiando com mestria vários trabalhos na escola. Actividade que viria a aperfeiçoar nos tempos de faculdade. Actualmente frequenta o mestrado Novos Media e Práticas Web na UNL, pelo que já recorre aos seus profundos conhecimentos de HTML e CSS sendo, nomeadamente, capaz de centrar uma imagem recorrendo ao código. No entanto, é no cinema que Nuno deposita as suas esperanças. Lynch, Godard, Jarmusch e Tarkovsky são algumas das referências do aspirante a realizador que nunca pegou numa câmara de filmar, e provavelmente nunca o fará
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